quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Romanos, 8, 19


Toda a Criação espera, ansiosa, a manifestação dos Filhos de Deus. O Príncipe dos Sacerdotes, o ladrão crucificado, Barrabás absolvido. Eu.
O gato glutão, o cachorro feroz, a serpente ardilosa, e eu no meio da rua. No minha pele de cordeiro, na minha armadura de quatro rodas, na minha rota fora do mapa. O rato, a barata, a mosca, o micróbio, a figueira estéril e eu, sob os lençóis. O centurião e o soldado, o carpinteiro e o pescador, o mendigo e o doente, o professor estudante.
Nada mais se cria, em nada mais eu confio, mas, a Terra gira e todo o mundo espera que aconteça alguma coisa. E, de repente um sopro agita o ar e tudo transforma. Respira um menino, desperta um espírito.
O juiz, preocupado em cortejar o rei, decreta: Permaneça tudo como está! Mas, o vento mudou e até nas pedras do caminho brilha um novo sentido. Um menino nasceu para perdoar e amar.
E o amor começa a se espalhar. Segue-o alguém que iam apedrejar. E mais alguns que ele salvou de apedrejá-la. Mas, há os das pedras grandes, que lhe dizem: Não lamentes o meu mau juízo... Lamenta antes a minha boa pontaria!
E ele os perdoa, tanto quanto aos que admitem os próprios erros. E aos que, como eu, levo a vida tentando corrigir os meus. Ele se levanta e eu lhe digo: Cuidado! E ele responde: Não me detenhas, garoto!
Eu vejo o seu lado, ferido. E o seu sorriso. E, diante de nós, magnífico, deslumbrante, indecifrável, o imenso, eterno, sempre novo trabalho do Pai.

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