Albert Einstein disse uma vez que Deus não
joga dados. Quem sou eu para contradizê-lo? Ainda que os especialistas da
Física Moderna, a que Einstein dirigia seu argumento, venham formulando cada
vez mais modelos probabilísticos para explicar fenômenos naturais, não me
parece que isto invalide a intuição de Einstein, ou, pelo menos, o seu
fundamento. Entendo como uma distinção essencial entre o divino e o humano,
que, enquanto é próprio do homem correr riscos, é próprio de Deus o sumo bem.
Para calcular qual opção maximiza a
probabilidade do bem de todos posso começar pelo cálculo das probabilidades de
cada uma maximizar o meu próprio bem, desde que não deixe de ir incorporando
sucessivamente no cálculo as probabilidades de maximizar o bem de cada outro e
levando em conta as relações de dependência entre todos. Como é certo que Deus
quer o bem de nós mesmos e daqueles que conhecemos melhor, substituir o nosso
ponto de vista pelo de Deus não nos impede de começarmos a avaliar cada opção
pela sua probabilidade de resultar na nossa salvação e das pessoas humanas que
estão perto de nós. Aquele que recebe a graça da fé no Deus-Amor ampliará a sua
visão até levar em conta igualmente o bem de todas as criaturas, humanas ou
não, amigas e inimigas.
Não importa, a cada instante, quão
precisamente eu saiba qual é a vontade de Deus nem quem vence a luta
entre o que eu queira fazer como Filho de Deus e como ser vivo. Se eu permito
que se desenvolva dentro de mim a vontade de estender o desejo de sobreviver ao
de colocar a minha vida a serviço do Pai, já estou servindo o Bem e já sou mais
que vencedor.
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