domingo, 10 de fevereiro de 2013

Como descobrir o Bem e o Mal?


Albert Einstein disse uma vez que Deus não joga dados. Quem sou eu para contradizê-lo? Ainda que os especialistas da Física Moderna, a que Einstein dirigia seu argumento, venham formulando cada vez mais modelos probabilísticos para explicar fenômenos naturais, não me parece que isto invalide a intuição de Einstein, ou, pelo menos, o seu fundamento. Entendo como uma distinção essencial entre o divino e o humano, que, enquanto é próprio do homem correr riscos, é próprio de Deus o sumo bem.

Levando em conta esses dois aspectos, fica fácil para mim escolher aqui e agora como agir bem, isto é, fica fácil saber o que é bom e querer o que é bom e sentir que, mesmo quando eu não seja capaz de realizá-lo, ele se realiza em mim. O ponto de partida é confiar que Deus quer o maior bem. Entre as opções que eu tenho, ainda que na minha posição humana não precise saber com a certeza divina qual é a melhor, a que eu tenho de escolher é a que percebo como a que tem a maior probabilidade de ser a melhor para todos e, portanto, a opção de Deus.

Para escolher a alternativa que tem a maior probabilidade de ser a de Deus, devo levar em conta que tem de ser a melhor para todos todo o tempo, isto é a que dá a todos a maior experiência de bem. Esta conta pode ser difícil, mas pouco importa se cometo erros nela, desde que eu busque esse melhor absoluto. O querer o bem para toda criatura, conforme a vontade de Deus, em vez de ceder ao impulso pela própria sobrevivência apenas, já é aderir ao Bem. O mal que eu faço a mim mesmo e aos outros devido a minhas limitações em descobrir e levar à prática as decisões corretas pode ser corrigido por mim e por muitos outros no futuro. Mais importante é o espaço que eu abro para o amor ao fazer, no meu íntimo, esta opção. 
Para calcular qual opção maximiza a probabilidade do bem de todos posso começar pelo cálculo das probabilidades de cada uma maximizar o meu próprio bem, desde que não deixe de ir incorporando sucessivamente no cálculo as probabilidades de maximizar o bem de cada outro e levando em conta as relações de dependência entre todos. Como é certo que Deus quer o bem de nós mesmos e daqueles que conhecemos melhor, substituir o nosso ponto de vista pelo de Deus não nos impede de começarmos a avaliar cada opção pela sua probabilidade de resultar na nossa salvação e das pessoas humanas que estão perto de nós. Aquele que recebe a graça da fé no Deus-Amor ampliará a sua visão até levar em conta igualmente o bem de todas as criaturas, humanas ou não, amigas e inimigas.

Não importa, a cada instante, quão precisamente eu saiba qual é a vontade de Deus nem quem vence a luta entre o que eu queira fazer como Filho de Deus e como ser vivo. Se eu permito que se desenvolva dentro de mim a vontade de estender o desejo de sobreviver ao de colocar a minha vida a serviço do Pai, já estou servindo o Bem e já sou mais que vencedor.

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